Navegante

Levava as minhas mágoas num navio,

o frio de minh'alma em seu porão;

o mar à minha frente era o vazio

e o medo de viver o meu timão.

Deixei o meu destino junto ao porto

e icei as velas de meu desvario

querendo achar além algum conforto

ou quiçá sucumbir ao desafio.

Porém, não calculei bem o calado

e as dores que levei tanto pesavam

que a nave soçobrou em um segundo;

Salvei-me por um triz - vi-me agarrado

às minhas ilusões que flutuavam

e não me permitiram ir ao fundo...

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 22/10/2007
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