Deixai-me só, ó sombra d'amargura,
Deixai-me só, ó sombra d'amargura,
Tu que na estrada viste-me chorar;
Belas para o frio da sepultura,
Essas horas que amei quero levar.
Das madrugadas a lua, o palor,
Dos lírios e das rosas a fragrância...
Olores que trouxeram-me n'alvor,
Ternas as imagens de minha infância.
Desprendidas deste peito eis que vi,
Soltas p'lo meu caminho a vagarem,
Ó páginas que na vida escrevi.
De vós, eu me recordo alegremente,
Como a ária das aves pelos ares
Indo no ocaso dolorosamente.