Farsante

A fé me abandonou covardemente.

Paira no ar a dúvida, a incerteza...

Nunca nos olhamos frente a frente:

- Vou colocar as cartas sobre a mesa.

Nunca acreditei em jura veemente,

Nunca vi também tanta beleza.

Por fim, tornaste pó toda certeza,

Passei de homem são à ser doente.

Maldito sexo infeliz que me prendia

No calabouço falso do teu ardil.

Teu amor, agora sei, era inconstante.

Tu vais sofrer como o filho de Maria,

Ter a sentença que Judas conseguiu,

E o destino cruel de toda amante.

marcelo ferraz
Enviado por marcelo ferraz em 22/10/2007
Código do texto: T705064
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.