Farsante
A fé me abandonou covardemente.
Paira no ar a dúvida, a incerteza...
Nunca nos olhamos frente a frente:
- Vou colocar as cartas sobre a mesa.
Nunca acreditei em jura veemente,
Nunca vi também tanta beleza.
Por fim, tornaste pó toda certeza,
Passei de homem são à ser doente.
Maldito sexo infeliz que me prendia
No calabouço falso do teu ardil.
Teu amor, agora sei, era inconstante.
Tu vais sofrer como o filho de Maria,
Ter a sentença que Judas conseguiu,
E o destino cruel de toda amante.