Vozes D'outrora
E o peito vazio nesta amargura,
Arca sagrada dos meus sentimentos...
Lembras-me a solidão da sepultura,
Onde findar-se vão nossos lamentos.
Nesses ermos caminhos em que vago
Vais o tempo esfolhando velhas cenas...
Lembranças antigas comigo trago,
Dos cantos antigos e das novenas.
Da eternidade os ecos noturnais
Soaram como sinos plangentemente,
Vozes d'outrora, ó vozes que cantais...
Ouvir-lhes pareço aqui na quietude,
Ó horas que se vão tão mansamente
Envoltas pelo véu da solitude.