A CARNE EM VOLTA AOS OSSOS

A CARNE EM VOLTA AOS OSSOS

De repente, tudo é apenas dor.

Sem consciência ou memória, quem sou eu?

A carne em volta aos ossos... Prometeu

Acorrentado ao próprio desfavor!

Boneco de vudu, todo o terror

É o aguilhão ficado ao dorso meu...

É o pico no nervo. É o apogeu

Do corpo para d'alma ser senhor.

Doo-me. Logo, existo. Muito embora

Eu me doer à mente apavora

E deixe de pensar para eu não ser.

Mas, sigo sendo mesmo não pensando:

Diante da dor aguda, quando em quando,

Sou carne machucada a contorcer.

Betim - 09 09 2020