Perguntas a Mário Quintana

Se todos os poemas são de amor,

caro Quintana, faço o que do azar?

Decerto minha sina não é amar,

nem é amar o que me dá valor.

Sou simples, não sei o que fazer da dor.

Mário Miranda, podes me ajudar?

Essa melancolia, se gastar,

acabará também com seu credor.

Nada basta, e tudo se afasta

com cada pouco que buscamos ter.

Qual o futuro, ó Deus, de nossa casta?

Qual diferença ter ou não saber?

Qual consolo se a vida é tão nefasta?

Poeta, logro apenas entrever!

Cirilo
Enviado por Cirilo em 24/10/2007
Reeditado em 07/02/2009
Código do texto: T708230