AMOR DESFEITO

No sentimento esquio e acre, a saudade pura

Suspirando, arfando, a procura de um talvez

Sente a emoção vagar e sem a fulcral ternura

Que larga a sensação numa silenciosa surdez

Enquanto o lacrimejar escorre pela fissura

Do olhar. Há aperto, dor no peito outra vez

São as lembranças tão cheias de amargura

Dum afeto que se vai e ali então se desfez

Quando surge, então, a poética derrocada

A quimera pela janela se afasta desfolhada

E o sentir se faz delicado igual a um cristal

E o sentimento desamparado, acre e esquio

É ante o querer: - apático, indiferente e frio

Então, no amor desfeito, o irrefreável final!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

21/01/2021, 19’52” – Triângulo Mineiro

Vídeo no Canal do YouTube:

https://youtu.be/hvK299Uw-CA

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 21/01/2021
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