Dita a duras penas

Olhares que covardes se desviam

Hipocrisia em trajes conservadores

Desejos que em covas rasas jaziam

Esperança derrotada por temores

Berros, gritos sufocados não se ouviam

Tantos sonhos exilados nos horrores

Torturados, escondidos se volviam

Sem, contudo retornar aos seus amores

Há quem chame o feito de revolução

Desumanos, cuja vida em contramão

Tem sentido quando são aduladores

Desmerecem democrático erigir

Destinados à latrina do existir

Ao inferno e todos os seus ardores