SONETO – A meretriz – 16.04.2021 (PRL)
 
 
 

SONETO – A meretriz – 16.04.2021 (PRL)
 
 
 
 
Já anoiteceu, e de barriga vazia,
A meretriz se vai para seu ofício,
Nunca foi fácil, sua mãe o dizia,
E de luta virou forçoso vício...
 
Pouco sucesso em sua cercania,
De vez em quando surge alguém perdido,
No dissabor da triste pandemia,
Que seus maus ventos o tenham trazido...
 
A féria que arranjar naquela sina,
Vai dividir com sua cafetina,
Num mundo, que parece ser redondo,
 
Mas na grande miséria predomina,
Não por acaso, mas a vida impondo,
Que se espraia até mesmo na surdina.

 
SilvaGusmão
 
Nota: Antigamente era assim, hoje, nos tempos modernos, ficou pra trás, mas ainda se vê em algumas comunidades.


Foto: Internet/Google
28/04/21 11:37 - Antônio Souza, assim interagiu.

Magnífico Soneto expondo uma triste realidade; há que se notar por
pertinência que tal fato vem de muito longe e não cabe apenas para um
povo, o que torna ainda mais triste, parece sina ou algo que ainda
precisamos aprender a resolver, enquanto ser humano. Você me fez
lembrar um trabalho que fiz na Faculdade de Direito, na oportunidade
movimentando pesquisas de séculos, estupefei com tantas diversidades
já ocorridas, chegamos até Maria Madalena, foi um aprendizado
incrível, embora triste. Muito bom ler você querido amigo. Aplausos! -
Meu abraço.

Grato, amigo, meu abraço...ansilgus,

29/04/21 12:25 - Eligio Moura

Bom dia,amigo e conterrâneo. Tenha um bom fim de semana.

Quando passei por ela
só vi o rosto e o corpo jovem
não vi nome nem seu eu
mas o sorriso e o gesto meigo
eram do gosto meu

Nada me foi imposto:
ela sorriu, eu a segui.
Ela subiu as escadas
que rangiam na madeira antiga.

Seu vestido era branco comportado...
Sua alma desprovida de adereços,
provavelmente, sofrida.
Seu endereço uma calçada.

No quarto antigo havia uma cama
e ao lado uma bacia com jarra de agua
para a higiene da moça...
Sentei-me ao lado dela
que parecia estar pelo avesso.

Eu também não parecia real
Ela mais um encosto
e apenas acontecia
naquela miragem hormonal
num mundo surreal

Ela nem tirou a roupa
Levantou o vestido e afastou o necessário
não houve beijo nem ais
não houve gosto
houve apenas um desejo imposto
a troco de uns reais.

Muito grato, poeta...meu abraço...ansilgus.
ansilgus
Enviado por ansilgus em 25/04/2021
Reeditado em 29/04/2021
Código do texto: T7240674
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