As folhas caem
 
Balanço as galhadas secas das árvores, tristes e ressequidas
E aos montes as folhas sem mais vida e enegrecidas, caem...
Seguro-as em minhas mãos, enquanto inertes elas se esvaem
Gentilmente acaricio-as, mas se esfarelam tristes e ressentidas.

Abandonando as árvores mães, desnudam os seguros galhos
Os ventos sopram e, aos montes, elas se aninham se ajuntando
Quietas, acomodam-se em velhos troncos caídos, definhando
Sem mais o frescor das verdes folhas, repousam em frangalhos...

Enquanto elas estão adormecidas e jazem ali constantes
Escuros solos contemplam-nas enobrecidos pelos belos tapetes
Tecidos pelos ventos, espalhando as folhas efusivamente...

Clareiam-se a lama e o negrume escuro pelas luzes ofuscantes
Nas suas múltiplas cores enegrecidas que seduzem nos enfeites
Serpenteando as estradas, colorem-nas gráceis e imponentes.



 
Texto: Miriam Carmignan
Imagem Google