Flores do Passado
Naquela tarde ao ocaso macilento,
Deixaste a saudade desfolhada.
No peito, minh'alma, oh se bem me lembro,
Melancólica tu ias tão calada.
Nas brumas do silêncio, mortalhadas,
Partiram pelo azul do firmamento;
As flores do passado já fanadas,
Levadas em cortejo pelo vento.
Alvas flores de sonhos e pesares,
Que deixais pra mim vossos olores
Na mística fulgência dos luares.
Sinto-vos ainda, doces, pelo ar,
Envoltas pelo véu das minhas dores
Macerando-lhe distante o meu olhar.