MERCANCIA

O interesse vi nos olhos claros,

E a intenção, chegando-me à mente,

Fez-me acreditar que finalmente

Dos artigos teria um dos mais raros.

Depois eles fizeram-se avaros,

Voltando-se depressa a um cliente,

E vi que o olhar e tudo, claramente,

Juntavam-se aos bens finos e caros...

Não pude comprar o souvenir

Que se ofertava ao outro a sorrir,

E sobre ele decerto pora a mão.

Sem o selo que dava a garantia

A imaculada peça eu já não via

Naquela a embrulhar outras no balcão.