Soneto dos seres cadeados

Covarde, não te larguei no altar

Então brinquei com o que é sagrado

Não te peço perdão por não te amar

Tu aceitaste meu amor mascarado.

O segredo mora na distração

Bebida, jogo, sexo e poesia

Juntos vivemos nossa solidão

Uma obrigação sem fantasia.

Do amor sou mesmo só usurpador

Tu sonhas, mas eu venho te acordar

Tarde demais, pois já não és a flor.

Juntos até que a morte nos separe

Até que nossos filhos se decidam

Ou até que um grande amor repare.