Soneto da Resistência
Em que estranha escura esquina do meu ego,
Fui parar depois de um tempo tão brilhante?
Só há a memória vaga do que agora vai distante,
E o orgulho de gritar "eu não me entrego!"
Tomado de indignação por tudo o que é injusto,
Atesto aos jovens, ainda sem ser velho,
Na órbita da sanidade, sou um astro no afélio,
Mas retornarei... já vem janeiro, o tempo é custo.
Ninguém é só vitória, a vida é mutação constante,
O que dói é ver só falta de consciência,
A juventude desatrelada de sua essência.
Mas está a chegar o tempo de novo levante,
E os inconformados derrubarão a excrescência,
Onde houver a tirania, seremos resistência!