SONETO INCOLOR

A poesia, que um dia me cobriu de amores

Hoje silente na sensação e tão cheia de não

Entoando transgressão pra versos pecadores

Tão perdidos e tão desamparados na solidão

Inquieta. Mas vai aonde o romantismo fores

Pra então sentir e auscultar a voz do coração

E assim carregar os poemas e as singelas flores

Do jardim da imaginação, sem morrer a paixão

Dores, rumores, temores, no versar presente

Que deixa a rima despovoada, nua e ausente

Quando se só queria a emoção dum amador...

Na sofrência que voa duma dura imaginação

A tristura, chama está, duma rude desafeição

Então, poetando o acaso num soneto incolor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

11 agosto, 2022, 20’40” – Araguari, MG

Vídeo no Canal do YouTube:

https://youtu.be/PmSCf0RIO7E

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 11/08/2022
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