Na estação ferroviária
Na escura estação jaz o antigo trilho
curvado tristemente ao chão profundo,
cerrando os olhos aos sem-fins do mundo
onde a saudade erra e recende a milho.
O encanto alinha o sonho maltrapilho
enchendo o espaço de um clarão fecundo...
Um vaivém de pessoas, num segundo,
devolve a vida ao trem férreo e andarilho...
Soa um silvo! O rumor se inflama e cresce...
Outro... a quietação da lua desce...
E o trem retoma a noturnal viagem...
Janelas brandem mil lenços pendidos...
Ao longe plange um violino ais sentidos
e apaga o enigma e o brilho dessa imagem...
Reginaldo Costa de Albuquerque
Enviado por Reginaldo Costa de Albuquerque em 04/12/2005
Reeditado em 04/04/2010
Código do texto: T80849