Contra força
No céu, a dança tênue do lutar,
Bailando só, em meio à tempestade,
A asa frágil corta a imensidade,
Vencendo o ar, no sonho de alcançar.
Contra o rigor do vento a se firmar,
Tremula, exausta, em busca da verdade,
Seu voo é dor, mas há na liberdade
Um brilho que nem o céu pode apagar.
Eis que o destino a empurra ao abismo,
Mas ela sobe, rompe o ceticismo,
Faz da agonia a força do renascer.
Borboleta, na luta, és poema alado,
Mesmo sofrendo, segue o teu legado,
Pois voas para além do próprio sofrer.