Soneto Livre à Jornada Interior

Por quem, senão por quem amor se faz

A dor se veste em veste de sentido

E o que, senão a fé que traz a paz

Defenderia a alma em seu abrigo

 

Se o mundo fosse mudo ante o agir

Que obras, livres, meus dias moldariam

E em vinte anos — eco a repetir —

Quais sombras ou quais luzes me seguiriam

 

Admiração sustém a mão mais forte

Mas segredos repousam como abismos

A vida ensina a erguer-se após a sorte

 

Transpor tormentas, dissipar sofismos

Tocando o mundo em forma e luz tamanha

Só o que faz feliz merece a sanha