Soneto ao Meu Verdadeiro Amor
Depois de eu padecer do amor a pena
Em tantas amorosas desventuras,
Eis que me vem lavar as amarguras
Teu bálsamo, oh, florzinha de verbena:
Vendo o teu rosto cheio de doçuras,
É bom te segurar a mão pequena,
Em ti tendo paixão bem mais amena
Do que aquelas passadas, tão impuras…
De fato, Eros não foi-me um deus propício
Visto que, no uso de seu sacro ofício,
Ele já me laçou noutras donzelas.
Porém, se agora eu sei o que é amar,
Basta um só teu gracejo, um teu olhar,
E eu já não saberei o nome delas!