SONETO DO INCONSCIENTE
Nas sombras dança a voz que não se cala,
Segredos presos sob a consciência,
Memórias soltas, sonho que se embala,
Verdades velam sob a aparência.
No espelho brilha o id, fera latente,
Enquanto o ego molda o que é visível.
E o superego, juiz onipotente,
Sussurra normas num julgar sensível.
Freud decifrou, em traços e desejos,
A dor oculta em cada pensamento,
Vestígios vivos de um passado em pejos.
E assim seguimos, presos ao momento,
Guiados todos por sutis lampejos,
Do inconsciente em seu fatal tormento.