Rosas num poente incerto

Foram dias de mística dolência,

Sem teres dos astros o olhar tão perto,

Que me vira envolto em sonolência,

Vagando solitário em um deserto.

Vagando em busca de álgida fulgência,

Tinha o peito de espinhos encoberto,

Pois num horto de suave redolência,

Colhia rosas num poente incerto.

A lua que de mim tiveste pena,

A lua dos antigos trovadores

Tão branca como pálida açucena...

Meu vulto acompanhava sem arpejo,

Engrinaldando-lhe com teus palores

Num profundo silêncio de cortejo...

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 14/05/2025
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