Rosas num poente incerto
Foram dias de mística dolência,
Sem teres dos astros o olhar tão perto,
Que me vira envolto em sonolência,
Vagando solitário em um deserto.
Vagando em busca de álgida fulgência,
Tinha o peito de espinhos encoberto,
Pois num horto de suave redolência,
Colhia rosas num poente incerto.
A lua que de mim tiveste pena,
A lua dos antigos trovadores
Tão branca como pálida açucena...
Meu vulto acompanhava sem arpejo,
Engrinaldando-lhe com teus palores
Num profundo silêncio de cortejo...