A CURA DA SOLIDÃO
Há tantos sonhos, cálidos, em mim,
porém à sombra de uma cicatriz...
triste memória de um amor sem-fim,
hoje espalhado sobre um chão de giz.
Há tantos devaneios, outrossim,
perdidos pela noite... por um triz
reflorescia num vernal jardim,
mas a utopia não se fez raiz.
Há tantas folhas mortas pelo chão
e colibris sem flores, a sugar
o néctar no amargor da solidão...
Não vou gastar o tempo em longa espera,
saio do exílio para restaurar,
com novo amor, a solidão austera!