Casual

A morte não me assusta. A minha vida

é plena de prazer e de emoção

que talvez pare, um dia, o coração,

e então terei a morte mais vivida

e mais amada que jamais pensei.

Vencer a própria morte é meu dever

e assim me nutro em todo meu viver,

e assim eu vivo a minha própria lei.

A morte é transitória, casual.

E depois dela o que terei, então,

se a própria morte já passou por mim?

Se meu futuro já passou, que mal

eu temerei, se a minha vida não

tem mais valor, se já chegou ao fim?