Cheiro de vida

Que cheiro bom tem a vida quando nos convida;

Rega de perfumes raros os momentos simples,

Tem um cheiro que entra pelos poros quando na lida

Faz as lembranças tenras volitarem em matizes.

De funestos perfumes estremeceu-me sem pudor

Quando o que mais queria era saborear esperanças.

Concedeu-me aromas de anjos, no mais escuro desamor,

Teceu-me ela uma mortalha perfumada de danças

Que pela vida carreguei entre o ócio e o labor.

Apresentando a muitos o lado doce da minha face

Algumas vezes desnudo pela irremediável dor.

Atrevida e envolta em cheiros que me marcaram;

Guardei de cada um uma recordação boa ou cruel,

Pois desses cheiros meus passos a vida sulcaram.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 31/03/2008
Código do texto: T925120
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