MULHER DE SAIA

Como ousar em teu crepúsculo, mulher de saia?

Como ter-te em meu catre se esvai vão sangue?

Já não somos tão capazes – nossa brisa desmaia

O seu termo é o colostro a nutrir vosso mangue.

Por vezes, invocastes sereno meu por alcatéia tua

Pura, nua e deslumbrantemente afoita... imagina!

Não me dê o direito de passear em sua nobre rua

Haverá alamedas dançantes – hibernante colina!

Não preza mais arraia tua em inocente arrimo meu

Não sei ser-te quando os sábios sãos se entrelaçam

Suas amebas me encolhem e me ojerizam [pareceu!].

Não arrisco reputação minha em teu cobre virulento

Não há visgo na pele, nem na anágua – então, saias!

Inda houvesse honroso cerne seu... Ser-me-ia alento.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 14/04/2008
Reeditado em 23/04/2008
Código do texto: T945378
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