COMO SE...

Como se de olhos vendados eu estivesse

caminho devagar...lentamente.

Como se da vida nada mais eu quisesse,

nem sequer do Amor uma semente!

E como se noutro plano eu vivesse,

ando como quem pisa flores...suavemente.

Como se desejos e esperança eu tivesse

no meu coração sofrido tão dormente!

Sequiosa, mas sem pranto, eu avanço

como num deserto de quereres e vontades.

Recordo, sofro, mas não me canso...

É que... vivo à sombra das saudades

num muito cruel mas doce remanso.

E assim me guardo de penosas verdades!

HELENA BANDEIRA
Enviado por HELENA BANDEIRA em 23/04/2008
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