INFAME VOZ

Ouço de minha boca

Uma voz que não é a minha,

Que chora e ri, feito louca

E nunca me deixa sozinha.

Um pesadelo que atordoa a alma,

Um misto de luz e escuridão

Que me tira a calma

E me arrasta para a podridão.

Quero matar a alma que me invade.

Asfixiar esse medo que me consome,

Em delírio descobrir a cruel verdade.

Tapar os ouvidos a essa voz infame...

E quando a agonia me levar à morte,

Descobrir no sepulcro o meu Norte.