O TEATRO DE PANTOMIMA

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Estudos Literários

De modo genérico, a pantomima constitui uma representação teatral por meio de gestos e contorções, ou seja, destituída de palavras. É a arte de narrar com o corpo. É um excelente artifício para comediantes, cômicos, palhaços, atores, bailarinos, enfim, os intérpretes.

A Pantomima tem sua origem, há mais de cinco mil anos, na Grécia Antiga. Entretanto, foram encontrados indícios de pantomima também em rituais religiosos sumérios, hindus e egípcios. Inicialmente, o termo se aplicava ao executante, só mais tarde ao próprio espetáculo. A Pantomima grega era dançada e estava presente dentro das apresentações da comédia, da tragédia e do mimo (pequenas cenas da vida quotidiana) grego. Porém, os mimos (mímicos), atores que representam a pantomima, utilizam-se apenas de gestos (mímicas) para representar. A ação do mímico silencioso era acompanhada por um coro que cantava um texto explicatório e uma orquestra composta de flautas e címbalos. Até o século IV a. C. era vedado às mulheres participarem das representações. A pantomima em sua versão silenciosa surgirá apenas em Roma.

As companhias de mimo romano apresentavam uma variedade infindável de números, conforme a disponibilidade e capacidade de seus atores: trapézio, equilibristas, cuspidores de fogo, engolidores de espada, ilusionistas, animais treinados; algumas vezes participavam nas peças, atores com pernas de pau, canto e outros números que pudessem atrair a platéia. Normalmente, o espetáculo era feito por apenas um ator, que com uma máscara descrevia gestos que davam a idéia exata dos vários protagonistas em cena e da ação que desempenhavam. Os romanos chamavam os mimos de careteiros ou Sanniones.

As apresentações das pantomimas eram feitas em plataformas de tábuas. Os atores vestiam-se com roupas de cidadãos comuns. Nem toda pantomima deve ter música, mas em diversos casos ela é utilizada para pontuar e acompanhar os sentidos despertando emoções nos espectadores de acordo com o objetivo da peça. Os festivais realizados no Palácio dos Esportes eram assistidos por 40.000 pessoas.

A pantomima foi reavivada a partir do século XVI, graças em parte a commedia dell'arte, introduzindo-lhe a dança. Nos séculos XVII e XVIII, na França, evoluiu para uma espécie de ballet–pantomime, centrado em temas mitológicos. Em fins do século XVIII e a primeira metade do século XIX, evoluiu para o bellet d'action que correspondia a uma aliança com o melodrama.

Com a popularização do cinema falado e conseqüente perda dos aspectos não-verbais da representação, muitos pantomímicos caíram na obscuridade.

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Para saber mais sobre o assunto ver: MOISÉS, Massaud. A Criação Literária. São Paulo: Melhoramentos.

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Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 29/09/2013
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