O SIMBOLISMO NO BRASIL

SIMBOLISMO NO BRASIL

1893 – Cruz e Souza publica Missal – poemas em prosa e Broquéis – poemas em versos

1902 – Pré Modernismo

1922 – Semana da Arte Moderna

1 - – LIMITES CRONOLÓGICOS DO SIMBOLISMO NO BRASIL

Século XIX, Romantismo X Realismo (e Naturalismo)

- o meio, a hereditariedade, o social são a matéria do Realismo

A corrente Naturalista se desenvolve paralelamente ao Realismo e Parnasianismo (vertente com ênfase na poesia)

(Naturalismo é o Realismo levado às últimas conseqüências)

PERIODIZAÇÃO DO SIMBOLISMO NO BRASIL

1893 – Cruz e Souza, Missal poemas em prosa e Broquéis, poemas em versos

1898 – Morte de Cruz e Souza. Cai o Simbolismo porque desencadeia confusão na escola. Cruz e Souza era o líder

1902 – publicação de Os Sertões, de Euclides da Cunha e Canaã, de Guilherme de Almeida

1902 a 1922 – Pré-Modernismo, coexistência ainda com o Realismo, Naturalismo, Parnasianismo e Simbolismo

2 – SIMBOLISMO: ORIGENS, CARACTERÍSTICAS E OPOSIÇÃO AO PARNASIANISMO

A) Origens

- França (no Brasil, através de Portugal)

- 1886 – Jean Moréa – definiu na França o Simbolismo - “Le Figaro Literaire”

- Estéphane Mallarmé, Verlaine, Rimbaud, Jules Laforque, ex-integrantes do Parnasianismo, abandonam a linha parnasiana e incorporam-se no Simbolismo

1857 – Baudelaire – “Lês Fleurs du Mal” dedicado ao Teófille

- Transformação na Realidade Nacional:

- Na Filosofia: correntes anti-cientificistas, pensamento anti-positivismo

B -CAUSAS:

1 - ideais do Realismo – esgotados:

. republicano

. abolição da escravidão – 1888

. Proclamação da República – 1889

. Constituição da República – 1891

Em 1893, a concretização dos ideais (sonhos) realistas determinou o declínio da escola

2 – descobrimento do inconsciente (Freud), psicanálise. O simbolismo aproveita parte em que Freud analise os sonhos

3 – interesse na sondagem do mundo – subconsciente do Homem

C – CARACTERÍSTICAS

- estética da sugestão

- apego à música, nova musicalidade nos versos

- nova imagética, ideal da sugestão, da vaguidade, do mundo interior

- vocabulário novo

- oposição ao Realismo

- subjetivismo e individualismo

- descrição do elemento onírico

D – AUTORES PRINCIPAIS

Cruz e Souza, Alfhonsus (Afonso) de Guimarães

E – EXEMPLO DE TEXTO

1 - ANTÍFONA, DE CRUZ E SOUZA

Ó Formas alvas, brancas, Formas claras

De luares, de neves, de neblinas!

Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...

Incensos dos turíbulos das aras

Formas do Amor, constelarmante puras,

De Virgens e de Santas vaporosas...

Brilhos errantes, mádidas frescuras

E dolências de lírios e de rosas ...

Indefiníveis músicas supremas,

Harmonias da Cor e do Perfume...

Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,

Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...

Visões, salmos e cânticos serenos,

Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes...

Dormências de volúpicos venenos

Sutis e suaves, mórbidos, radiantes ...

Infinitos espíritos dispersos,

Inefáveis, edênicos, aéreos,

Fecundai o Mistério destes versos

Com a chama ideal de todos os mistérios.

Do Sonho as mais azuis diafaneidades

Que fuljam, que na Estrofe se levantem

E as emoções, todas as castidades

Da alma do Verso, pelos versos cantem.

Que o pólen de ouro dos mais finos astros

Fecunde e inflame a rima clara e ardente...

Que brilhe a correção dos alabastros

Sonoramente, luminosamente.

Forças originais, essência, graça

De carnes de mulher, delicadezas...

Todo esse eflúvio que por ondas passa

Do Éter nas róseas e áureas correntezas...

Cristais diluídos de clarões alacres,

Desejos, vibrações, ânsias, alentos

Fulvas vitórias, triunfamentos acres,

Os mais estranhos estremecimentos...

Flores negras do tédio e flores vagas

De amores vãos, tantálicos, doentios...

Fundas vermelhidões de velhas chagas

Em sangue, abertas, escorrendo em rios...

Tudo! vivo e nervoso e quente e forte,

Nos turbilhões quiméricos do Sonho,

Passe, cantando, ante o perfil medonho

E o tropel cabalístico da Morte..

2 – SONETO DE ALFHONSUS HENRIQUES DA COSTA GUIMARÃES

Hão de chorar por ela os cinamomos

Murchando as flores ao tombar do dia

Dos laranjais hão de cair os pomos

Lembrando-se daquele que os colhia.

As estrelas dirão: - Ai! Nada somos

Pois elas se morreu silente e fria

E pondo os olhos nela como pomos

Hão de chorar a irmã que lhe sorria.

A Lua que lhe foi mãe carinhosa

Que a viu nascer e amar, hás de envolvê-la

Entre lírios e pétalas de rosa.

Os meus sonhos de amor serão defuntos

E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,

Pensando em mim – “Por que não vieram juntos?”

Tema: lamentação do poeta pela morte da mulher amada

1 – Ela

2 - Poeta – meu = subjetivismo

3 – Elemento divino, presença dos arcanjos e espiritualismo católico

4 – Presença da natureza, subjetivismo, projeção do cientificismo do poeta na natureza

5 – musicalidade, repetição dos sons (Hão); cinamomos (flor), contém n-m-os (música),

6 - preocupação com rima

7 – 2º estrofe – pomos, símbolo bisênio, duas categorias gramaticais numa só palavra. Pode ser verbo e substantivo

8 – notamos o aparecimento de mais afetuosidade, afeição profunda pelas coisas

9 – Meus sonhos – noção de vago objetivo sugerido, não é conhecido

Caderno de Apontamentos para o Vestibular

19/04/2007

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