TEORIA LITERÁRIA - 16 - CORDACRÓSTICO

COMO COMPOR UM CORDACRÓSTICO

CORDACRÓSTICO é uma criação a quatro mãos pelos poetas Aila Brito e Bosco Esmeraldo. Um misto de ACRÓSTICO + CORDEL, separando as estrofes, e concluindo com um monóstico ou dístico.

REGRAS:

- Quanto ao mote ou tema:

* O tema, de acordo com a vontade do poeta, pode ou não servir de

título, mas o Cordacróstico deve ser desenvolvido em acordo com a

proposição do tema.

* O mote é livre ou opcional, mas, quando utilizado, deve servir de

título e ser repetido nos monósticos ou dísticos.

* Quanto a estrofação:

* O número de estrofe depende do número de palavras em acróstico.

Subentende-se que a estrofe pode ter número de versos variáveis,

de acordo com o número de sílabas das palavras acrosticadas:

(quarteto, quintilha, sextilha, septilha, octeto, nonas e décimas).

* É permitido a junção de duas ou três palavras para completar um

quarteto, quintilha, sextilha, septilha, octeto, nona ou décima ([“de”

+ "palavra"; “com” + "palavra"; “sem” + "palavra"]; “monossílabo”

+ "palavra"]).. Exemplo, “PARABÉNS DIADOPOETA” etc.

A glosa (10 versos), poderá ser acrosticada por inteira, ou apresentar-se em bipartiçaõ: 8 - 2 (dìstico, como conclusão), 7 - 1 (monóstico, como conclusão).

* Quanto à métrica:

* Recomendamos as redondilhas menores (5 sílabas) ou maiores (7

sílabas) para não fugir do ritmo cordelístico, o mais comum. Nada

impede de o poeta versejar em octo, ênea ou decassilábico (glosa).

* Quanto à rima:

* Rima livre, a gosto do poeta.

Observações:

Mantenha a coesão e a coerência, do começo ao fim. Estrofes sem nexo facilmente leva o leitor à dispersão.

O dístico ou monóstico intercalado deve complementar a ideia da estrofe que o antecede, sem a concluir mas mantendo um ar de suspense. Já o final deve, de forma conclusiva, fechar o Cordacróstico com chave de ouro.

O mote pode ainda, ao gosto do poeta, ser flutuante (mudar de lugar nas estrofes ou morfar em trocadilho, aliteração (efeito de eco no verso),

assonância (repetição de tônicas das palavras entre os versos) ou anagrama (troca de posição das letras dando origem a uma nova palavra ou expressão).

Aliteração – Ao som estridente, contundente,

O amor reverbera e libera… (Bosco Esmeraldo).

Pedro Paulo Pereira Pinto;

Pobre pintor português.

Pinta porta, paredes, painéis

Por pouco preço (autor desconhecido).

Assonância – A arte de construir versos,

Jamais o conduzia nem de perto.

E assim, frustrado, macambúzio,

De ruim, contrário, um entulho (Bosco Esmeraldo).

Anagrama: Se fazes tudo com esmero,

Não és mero duto como fases,

Dez? É fato, comes doze.

*** Faça seu Cordacróstico com um saboroso tempero de cordel.

MODELO 1:

MESTRE CORDELISTA

ABCACA // ABCBBDBEFF

(AiLA BRITO)

M inha história eu vou contar

E scutem, prestem atenção

S urgiu com o “Renascimento”

T ente pois adivinhar

R ima em todo seguimento

E xposta deve alcançar

Diga logo, diga já!

C onta sílaba por verso

O utros cousas acrescento

R imas por obrigação

D ando um acabamento

E m melodia o encantamento

L indas coisas vou contar

I nda que triste lamento

S uavidade pode ter

T ema, narrado, proposto

A os cordões eu fui exposto

"Sou CORDEL a ti encantar!"

xxxxx

MODELO 2:

PARABÉNS, MARIA DE JESUS!

(ABBACDDC// ABABA// ABBACCA)

BOSCO ESMERALDO

P orque hoje é dia festivo,

A quiesço-me, de verdade,

R oreja em felicidade

A noite em tom compulsivo,

B enjazejo vento farfalhando.

É dia de muita poesia,

N o despontar deste dia,

S onhos que vai sonhando.

Data muito peculiar

M ais que bela primavera

A afora estás fazendo,

R esiliente, em paz, lidera,

I ndo, crescendo e aprendendo

A mar o que Deus lhe dera.

Nasceste para brilhar

D edicada, responsável,

E ducadora capaz,

J usta, fiel, pertinaz,

E m tudo, zelosa, afável.

S olícita vate, amiga,

U m amor que não se fadiga.

S éria amizade saudável.

Um feliz aniversário!

***Aventure-se a compor, pelo menos um!***

Criação AILA BRITO/ BOSCO ESMERALDO