PEQUENA ANÁLISE LITERÁRIA DE “A TEMPESTADE’, DO CANTO VI DE “OS LUSÍADAS”

INTRODUÇÃO

A travessia dos mares é a base emocional e fiel da inspiração camoniana. Está presente no decorrer de todo o seu grande poema épico “Os Lusíadas”, que, além de ser o poema que imortalizou os feitos dos guerreiros e navegantes portugueses, é também considerado como o poema do mar. Nele o mar está sempre presente, é um dos mais constantes personagens.

Dentro desta temática está “A Tempestade”, episódio inventado pelo genial poeta, pois, na realidade, Vasco da Gama não a enfrentou em sua viagem para as Índias.

Nosso objetivo é, numa análise literária sumária, e dentro de um ponto de vista físico e psicológico, dar uma pálida ideia da cosmovisão adquirida pelo autor em suas inúmeras viagens, que lhe deram o conhecimento humanístico que demonstrou ter na realização de seus poemas.

O TEXTO

Tal como já havia acontecido na antiga Roma, a riqueza e o poder, proporcionados pelas grandes conquistas dos navegantes portugueses, provocaram o enfraquecimento da fibra e da moral do povo português, transformando-o num aglomerado humano, egoísta e materialista, a quem o destino da pátria pouco importava.

Pressentindo o perigo que isto acarretava, Camões busca, através do seu grande poema épico “Os Lusíadas”, reavivar o sentimento de nacionalidade com a exaltação dos feitos heroicos dos seus antepassados.

Além do gênero épico, Camões cultivou também o lírico e o dramático, que, no entanto, foram durante muito tempo desconhecidos. Sua obra lírica compreendia sonetos, odes, elegias e demais peças de menor expressão. Foi publicada em 1595, sob o título de “Rimas”. Deixou mais dois outros volumes, “Anfitriões” e “Filodemo”, que foram publicados em 1587.

O episódio d’ A Tempestade é uma das estórias contadas dentro da estória contante, que é o tema central d’ Os Lusíadas. Este episódio inicia-se na estrofe de número 70, do canto IV, prolongando-se até a de número 81.

Estando dentro de uma epopeia, é natural que estejam presentes neste excerto características do gênero épico, tais como feitos lendários, linguagem grandiloquente, a presença do maravilhoso, na pessoa dos deuses mitológicos e dos ventos personificados, e, principalmente, do sentimento de nacionalidade que o poeta queria despertar no seu povo.

RESUMO

Os portugueses são colhidos por uma tempestade que chega a danificar o navio em que viajava Paulo Gama. Com os barcos desgovernados, à mercê dos fortes ventos e da violência das ondas, Vasco da Gama invoca a ajuda de Deus, e, em desespero, entrega-se a lamentações.

Finalmente, com a ajuda de Vênus, que manda as ninfas se enfeitarem e seduzirem os ventos, a tempestade termina, o mar se acalma e os portugueses são salvos.

O valor de “Os Lusíadas é, e sempre será incontestável, e a prova disto é que o passar dos anos não parece afetá-la se não para que seja considerada cada vez mais importante dentro do cenário da literatura mundial. Sendo assim, como considera-la ultrapassada? Trata-se realmente de uma grande obra, mas sua leitura apresenta grande dificuldade, pelo uso de palavras que hoje caíram em desuso, bem como pela ordem inversa de suas orações, o que faz com que apenas os estudiosos dela se acerquem, e não o grande público, como seria de se desejar.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 19/05/2021
Reeditado em 20/05/2021
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