MULHER TAMBÉM É COVARDE

*Nadir Silveira Dias

Há muito que a mulher em discurso e proselitismo se apresenta como alguém mais que humana. Perdoem os que pensam diferentemente, mas não é nada disso. Diga o que bem entender a mulher, o que quer que seja, mas nunca poderá fugir da condição que desfruta de ser humana tanto quanto os homens.

Aliás, é ela, tendo recebido essa condição da Criação, que concebe o homem com a outra parte advinda dos homens. E aqui a pergunta que nenhuma responde ou tentou responder: Se é ela que concebe e cria por que não cria homens que sirvam para as mulheres?

E por criar entenda-se formar, educar, e depois disso feito, ensinar com o auxílio das escolas. E formar é moldar o temperamento para formar o caráter. E educar é fornecer elementos essenciais para a plena compreensão da vida para o ser que se está a formar.

E aqui certamente com o mesmo empenho do pai, mas não necessariamente, pois conheço indivíduos que do pai tiveram apenas o imprescindível sêmen da geração e são bons homens. Ou por que já eram assim ao nascer ou por que a mulher os formou assim.

O que não adianta é atribuir ao outro, homem ou mulher, aquilo que cabe a si mesmo. Sim, porque homem ou mulher precisam de igual formação para poder formar os indivíduos que venham a gerar. E isso, diferentemente do reino animal dito não racional, não é obrigação das tias, irmãs, irmãos, tios ou avós, senão residualmente, pelos laços de consanguinidade ou de afinidade.

A obrigação de formar está na linha direta de que a humanidade precisa prosseguir para melhor do que foi antes, nunca para piorar. Sim, pois para piorar não precisa fazer nada. É apenas não formar. Não educar. Não ensinar. É estranho, mas algumas pessoas ainda pensam que a vida anda para trás. E nunca será assim, salvo para aqueles que esqueçam de andar. E anda-se para frente, não para trás.

E o título é categórico, pois ser covarde não é prerrogativa de homem. Mulher também é covarde pela simples condição de ser, como o homem, humana. Apesar disso, são inúmeros os homens que não são covardes, como também inúmeras as mulheres que não são covardes.

E se é realmente assim, pois de outro modo não pode ser, por que o destaque para a covardia dos homens? Em tudo condenável, certamente, mas e a covardia das mulheres, onde o destaque?

E não falo sobre pensamento ficcional, surrealista, trato de realidade conhecida e palpável para quem queira ver, como já viram síndicas, síndicos, delegados, delegadas, delegados, juízes e juízas. E que nada fizeram para coibir a covardia.

Há alguém que não conheça uma mulher covarde ao se lembrar de um homem que cometeu ou comete covardia?

Vale lembrar que a covardia não se verifica apenas nos maus-tratos físicos. Ela é muitíssimo maior e mais contundente, até porque não aparece, nos maus-tratos não físicos e correlatos.

08.09.2019 - 19h01

* Jurista, Escritor e Jornalista

Nadir Silveira Dias
Enviado por Nadir Silveira Dias em 14/09/2019
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