TROVAS AVULSAS AO JEITO DE BOCAGE

TROVAS SATÍRICAS AVULSAS

Está um dia sem graça

Vai caindo fria a chuva…

Mas na vida tudo passa,

Vê bem qu’ até passa a uva.

Na claridade caminho,

Porque assim sou feliz…

Vejo as pedras do caminho

E já não parto o nariz.

Nasceu com falta de ar

A bela e doce cereja…

Veio o melro p’ra levar

E no bico ela se areja.

Surgem-me diversas vezes

Pensamentos muito ricos…

Ouriço com doze meses,

Tem p’ra aí um ano… e picos.

A bem do nosso planeta

Já nem podemos fumar…

Logo este governo decreta:

“Será proibido peidar”!

A moça que ali passou

Mostrava corpo de artista…

Levantou-se o meu avô,

Que ainda está bom… da vista.

Solteira descobre os céus,

A noiva encontra o seu ninho…

Casada vive p’rós seus,

A viúva viu… o vinho.

Pernas juntas, sem deslizes,

Sempre longe do pecado…

Apenas foram felizes

Cada uma p’ra seu lado.

Ao ar joguei uma pedra,

Por me sentir sem pecado…

Acabei a gritar “merda”,

Pois caiu no meu telhado.

2009, AdolFo Dias

HENRICABILIO
Enviado por HENRICABILIO em 23/11/2009
Código do texto: T1940097
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.