Sumindo na sombra da janela
Não sei "se eu" ou se foi ela
A saudade ou o reboliço
Foi pertinho da janela
Que pensei nesse sumiço
Quando a gente ta sumindo
Sente a leve rebeldia
Coração só vai sentindo
Que a saudade se alivia
É verdade o meu sumiço
Fiquei quieta na surdina
Pois não quero reboliço
Quando a raiva me azucrina
Recebi os teus versinhos
E não quis nem responder
Me deixastes sem carinhos
Quando eu queria te ver
A surpresa foi a ausência
Nem mensagens receber
E fiquei nessa carência
O coração a esmorecer
Imaginei, não te queria
Que você me faz sofrer
Pois deixou-me na agônia
Na surpresa de doer
Depois do sumiço que destes
Fazendo viajens no mundo
Galante todo viestes
Dizendo esses 'verso' profundo
Eu queria não ter coração
Nem cabeça para entender
Mas entendo a tua razão
E meu peito por isso doer
Se te amo, eu sei que sim
Mas não posso te dizer
Pois o amor tão simples assim
Não se pode responder
Pois não quero revelar
Que por ti fico chorando
Quando as noites sem luar
Em lembranças suspirando
Agora amarrei o burro
Embestada eu fiquei
Sem paciência empurro
A tristeza que ganhei
Fiquei muito da faceira
Quando vi que ainda lembrava
Desta ovelha roceira
Que a muito te esperava
Um dia lembra, outro dia não..
Vai entender o que se passa?
Um dia rio, outro dia ribeirão..
É assim que a água escassa..
Só queria que as estrelas
Pudessem teu cabelo enfeitar
E deixando de mazelas
Teu rosto todo iluminar
Meu coração as vezes quer
E tem "vez"que não quer não..
Fica sempre sem saber
Por onde achar a razão.