CONSTRANGIMENTO

Quando vejo um marmanjo

Com seus membros perfeitos

E esmolando, me constranjo

E não falo por preconceito

É que me lembro dos seres

Invertebrados e frágeis

Com seus naturais saberes

Como as formigas, ágeis

Trabalham com afinco

Dia e noite sem cessar

Num clima democrático

Em seu contínuo laborar

Ser pobre não é defeito

Mas viver assim alienado

É coisa de um sujeito

Que opta viver acostado

Diná Fernandes