A LUZ QUE ILUMINA E NOS VÊ

E assim, sob a luz que os ilumina

Seja do sol, nas vigílias do dia

Seja do clarão do luar ao que os notívagos tão bem conhecem

Ou até mesmo nos recônditos das casas ou nas subterrâneas cavernas

Pela luz elétrica, ou então da vela... eis que as vejo:

As formas que neste prazo se geram... se tecem... se fazem

Às vezes a encantar nossos olhos ante o fascínio de seus moldes

Outras vezes nem tanto, pelo que a vista não ama

E, portanto, as abomina e rejeita... por toma-las por feias ou nojentas

Mas, sempre... a luz! (ou por causa... da luz)

Da íris, n'algum tempo pura, a que não vê o mal em nada

Ou contaminada pela mente que julga ou simplesmente detesta

Porém, seria por preconceito? Por discriminação? Por intolerância?

(ou sei lá mais o quê!)

E destarte é a luz... e sempre a luz!

Corpos luminosos... portadores da luz

Corpos iluminados... pela luz de que não se portam

Todavia, são vistos... em função d'alguma luz

Da claridade da qual nada pode dela fugir

Nem tampouco as sombras que, quem sabe, quereriam tanto s'esconder

(mas, se as sombras existem não s'é... devido à luz?)

Uma vez que s'é visto

Ou mesmo tocado... ou sentido... ou querido... ou lembrado

Ou, d'outro modo, odiado... repelido... detestado

Já que somos feitos de luz... no corpo... e n'alma

Exemplificando, para ser mais claro:

Se estiveres a quilômetros de distância do sol

E em teu telescópio enxergares algo

Seja um planeta que se descobre (já que s'escondeu)

Ou um pequeno fragmento neste ilimitado espaço

É porque uma luz – num pleonasmo vicioso dizendo - o iluminou

É claro! (ah, até nas palavras a luz s'encontra!)

E assim a luz a ser... aqui e sempre:

Nossa companheira... no tempo... nesta sagrada jornada

E nossa testemunha... e advogada de defesa... na vida

Ou seria nossa maior cúmplice... no mundo e no exílio deste tempo?

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10 de junho de 2019

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 10/06/2019
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