FOI POR CARTA MEU PRIMEIRO NÃO

Ó como me bate a saudade
Do seu carteiro apressado
Naqueles finais de tarde
Trazendo mais um recado.
 
Começo da minha juventude
Não tinha rugas no rosto
Eu tão cheio de saúde
Sofri um grande desgosto.
 
Era uma simples cartinha
Que ocarteiro trazia na mão
Entregou-me fechadinha
Abri e ganhei um NÃO!
 
Aquela menina tão bela
Matou a minha esperança
Vi voar pela janela
Toda a minha confiança.
 
Mesmo assim tenho paixão
Pelas cartinhas d’outrora
Trazia-nos o sim ou o não
Que o coração “saltava fora”.
JOEL MARINHO

 
Trovas baseadas em um recorte de vida pessoal no período da minha adolescência, mas impulsionada pelo soneto "TEMPO DE OURO DAS CARTAS!" do amigo dilsonpoeta daqui do Reacanto das Letras.