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"O que eles chamam de amor,
nós chamamos de trabalho não remunerado."
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Silvia Federici dialoga com pensadoras e lança livro no | Cultura
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Silvia Federici (1942/..)
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Silvia Federici é uma escritora, professora e ativista feminista italiana natural de Parma e radicada nos Estados Unidos. Em seus escritos conclui que o trabalho reprodutivo e de cuidados que fazem grátis as mulheres é a base sobre a que se sustenta o capitalismo. Nos anos setenta foi uma das impulsoras das campanhas que começaram a reivindicar um salário para o trabalho doméstico realizado pelas mulheres sem nenhuma retribuição. Na década de 1980 trabalhou durante vários anos como professora em Nigéria. Ambas trajetórias convergem em duas de suas obras mais conhecidas: Calibán e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva (2004) e Revolução ao ponto zero: trabalho doméstico, reprodução e lutas feministas (2013). Situa-se no movimento autônomo dentro da tradição marxista. Na atualidade é professora emérita da Universidade Hofstra em Nova York. Cresceu em Itália e viajou a Estados Unidos em 1967 para estudar Filosofia na Universidade de Buffalo. Em 1972, Federici participou na fundação do Coletivo Feminista Internacional, organização que lançou a campanha internacional Wages For Housework (WFH) a favor do salário pelo trabalho doméstico. Com outros membros da organização como Mariarosa Dalla Costa e Selma James, e com autoras feministas como Maria Mies e Vandana Shiva, Federici tem sido instrumental no desenvolvimento do conceito de "reprodução" como uma chave para as relações de classe de exploração e dominação em contextos locais e globais, bem como no centro das formas de autonomia e os comuns. Nos anos 80 deu classes na Universidade de Port Harcourt em Nigéria, e posteriormente incorporou-se como professora de Filosofia política e Estudos Internacionais no New College da Universidade Hofstra, universidade da que é professora emérita e Teaching Fellow. Nos anos 80 foi cofundadora do Committee for Academic Freedom in Africa, organização dedicada ao apoio das lutas de estudantes e professorado em África contra os ajustes estruturais das economias de África e os Sistemas Educativos. Também é membro da associação Midnight Notes Collective. De 1987 a 2005 foi professora de estudos internacionais, estudos de mulheres e realizou cursos de filosofia política na Universidade Hofstra de Nova York, publicando uma série de trabalhos neste campo, incluindo o aclamado Calibán e a bruxa: a mulher, o corpo e a acumulação primitiva (2004) traduzido a numerosos idiomas. O livro detalha a relação entre os julgamentos de bruxas europeias dos séculos XVI e XVII e a ascensão do capitalismo, destacando a relação contínua entre a opressão e a acumulação no desenvolvimento capitalista. Em seus trabalhos, Federici analisa o capitalismo e o trabalho assalariado e reprodutivo desde uma perspetiva de gênero e denúncia que o corpo das mulheres é a última fronteira do capitalismo. Federici denuncia também a intervenção da ONU na agenda e as políticas feministas com o objetivo de usar o feminismo para promover o neoliberalismo e para contrarrestar o potencial subversivo que tinha o movimento de mulheres em termos, por exemplo, de luta contra a divisão sexual do trabalho e contra todos os mecanismos de exploração. Federici publicou em 2004 Calibã e a Bruxa. Mulheres, corpo e acumulação primitiva (Caliban and the Witch: Women, the Body and Primitive Accumulation) onde desenvolve as teorias de Leopoldina Fortunati. Silvia argumenta contra a teoria da acumulação primitiva de Karl Marx. Para Marx a acumulação primitiva era precursora do capitalismo, para Federici a acumulação primitiva é uma caraterística fundamental e básica do capitalismo já que o capitalismo, com o fim de perpetuar-se, requer de uma entrada constante de capital expropriado. Em suas recentes apresentações públicas Federici, que poderia se qualificar como uma historiadora marxista-feminista do trabalho, tem sustentado seu apoio ao reconhecimento do trabalho doméstico, o trabalho sexual e especialmente, a luta pelos comuns. No capitalismo, existe uma organização do trabalho que tem duas vertentes: os homens e agora também algumas mulheres desenvolvem a produção de mercadorias e as mulheres levam a cabo a produção da força de trabalho para o mercado. A discriminação vem de fato de que este trabalho é inapreciável. O trabalhador masculino tem verdadeiro poder social, por muito limitado que seja, como cobra um salário e que seu trabalho está reconhecido. Mas a realidade é que, se observamos o capitalismo através do trabalho assalariado, que inclui trabalho assalariado e trabalho não assalariado, veremos como a relação salarial é bem mais complexa que se só temos em conta o trabalho assalariado, já que o trabalho assalariado inclui também mecanismos de exclusão; inclui, como de fato diz Marx, mecanismos para a extração de trabalho não assalariado. Marx teria esquecido o trabalho reprodutivo (a reprodução de seres humanos), que é tão importante e necessária para o capitalismo. Federici relaciona esta expropriação com o trabalho reprodutivo e não remunerado que realizam as mulheres e com a reprodução, chave para o surgimento de uma economia capitalista baseada no trabalho assalariado. Em relação com isto, descreve a luta histórica pelos bens comuns e a luta pelo comunalismo. Em lugar de ver ao capitalismo como um triunfo liberador do feudalismo, Federici interpreta a ascensão do capitalismo como um movimento reacionário para eliminar o comunalismo e manter o contrato social básico tradicional. A autora situa a institucionalização da violação bem como os processos, torturas e queimas das hereges e a caça de bruxas, no centro de uma subjugação metódica das mulheres e a apropriação de sua força de trabalho. Isto está unido à expropriação colonial e proporciona um marco para o entendimento do labor do Fundo Monetário Internacional o Banco Mundial e outras instituições que promovem ativamente e participação num novo ciclo de acumulação primitiva, pela qual todos os bens comuns como a água, as sementes, inclusive nosso código genético estão a ser privatizados no que equivale a uma nova rodada de apropriação de bens básicos relacionados com a sobrevivência.
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A TROVA  DO DIA - CDXLIX 
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"SINGELEZA" 
Ficar, mulher, natureza, brinca campo, admirar. Mãos suportam ...
  Meu poema tá bem singelo, 
Com as cores da natureza,
E também muito mais belo,
  Mirando você com certeza.  
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N.A.: "A TROVA DO DIA" é um projeto de publicação em série de quadras poéticas de minha autoria por tempo indeterminado. Apesar de não ser considerado pelas regras literárias, as minhas trovas são identificadas por títulos e algumas delas não obedecem as sete sílabas por estrofe. No entanto, todas terão as rimas e as mensagens como objetivo principal neste trabalho. Na realidade, nessas apresentações, os meus textos deveriam ser classificados como "quadras poéticas", mas preferi identificar o meu projeto com títulos e não com números, como seria o caso. 
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Abraços
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Interações (meus agradecimentos):

05/07/20 18:28 - Antônio Souza

Minha musa vive na simplicidade
Para ela faço versos de coração
De tudo em mim ela se agrada
Adorável nunca me disse um não.  
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05/07/20 19:40 - Joselita Alves Lins
O que há de mais divino,
Nas coisas simples se vê.
Como o toque do violino
E o riso de um bebê. 
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10/07/20 12:06 - LuisaZacarias
Musa da natureza,
Brilha como ninguém,
Saudando a subtileza,
Já foste pura além!  
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POETA OLAVO
Enviado por POETA OLAVO em 05/07/2020
Reeditado em 10/07/2020
Código do texto: T6996916
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