CONVIVÊNCIA MATRIMONIAL

O autêntico poeta, por ser candente profeta da matéria do viver e estar além de seu tempo, tem de ousar através da Palavra violada, em estado de nudez subvertida – portanto bem diversa de seu sentido original – à conta e ordem das codificações e dos incontáveis hermetismos. No mínimo, fazendo o Novo vivificar-se no idioma. Este é o cinzel pelo qual, “antenado de urgências”, o autor customiza o material usado e torna cego o olho antigo. Todavia, é o tempo de esperas que dá à novidade verbal a derradeira tessitura. Poesia é, também, o Novo envelhecendo a conta-gotas...

– Do livro OFICINA DO VERSO, 2015.

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