ESPELHOS D' ALMA

E rgo-me em frente ao espelho
S ua superfície reflete algo mais de mim
P arece querer dizer-me algo
E labora um discurso sem fim.
L evo minha mão calejada à face
H oras que passam e eu a admirar
O lhos que já não têm mais o brilho de antes
S orriso que não traz o mesmo olhar.

D eslizo a mão por sobre meus lábios
A caricio uma pele já sem vigor.

A inda assim quimeras alimentam o desejo
L evam à alma aos delírios de um amor
M ostram um corpo não como outrora
A imagem da alma refletida agora.