Ninguém merece ser sozinho ...


N a vida tudo nos leva
I mediatamente a alguém
N ão se consegue viver
G erenciando a vida sózinho.
U ma solidão interior até pode ser;
É a expectativa da resposta do outro
M ovimentando nossos passos.

M ergulhamos muitas vezes no
E gocentrismo, fechados dentro de si mesmos
R esguardando para não sofrer
E ficamos no isolamento,
C om medo de se aproximar
E ao mesmo tempo decepcionar.

S ejamos aberto para o novo
E sperando aprender com o outro
R eunindo experiências.

S abendo que o
O utro não pode ser
Z - culpado de sua infelicidade
I sto porque somos responsáveis
N o cultivo da nossa felicidade
H aja vista que ninguém merece
O castigo de ser sózinho.

COM CARINHO
ANGELICA GOUVEA



Obrigada Natanel por vim fazer companhia e por este soneto lindo,
Deus o abençoe sempre



Infelizmente há muitos que vivem solitários em meio à multidão. Parabéns pelo acróstico e pela linda mensagem postada.

SOLIDÃO

Essa dor que tanto faz arder o peito
Que aperta o apaixonado coração
Que luta pra viver, mas não tem jeito
Não há como encontrar u’a solução
 
Trancafiado dentro dos seus quartos
Com as paredes lhes fazendo companhia
Tristeza chega e dela já tão fartos
Se desesperam por um pouco de alegria.
 
Quão terrível é essa dura realidade
Muitos querem até da vida dar um basta
Pensando encontrar assim a liberdade

Se persistir em te seguir não deixe não 
Grite baixinho para não fazer alarde:
Da minha vida vá embora solidão!


 Fica com Deus. Abraços.
Enviado por
Nathanpoeta em 03/04/2009 22:19
para o texto:
Ninguém merece ser sozinho ... (T1521392









É no encontro com o outro que o eu se afirma e se constrói existencialmente


O seu coração sabe disso, porque certamente já experimentou o amargo sabor da solidão. É no encontro com o outro que o eu se afirma e se constrói existencialmente. O outro é o espelho onde o eu se solidifica, se preenche, se encontra e se fortalece para ser o que é. O processo contrário também é verdadeiro, pois nem sempre as pessoas se encontram a partir desta responsabilidade que deveria perpassar as relações humanas.

Você, em sua pouca idade, vive um dos momentos mais belos da vida. Você está experimentando o ponto alto dos relacionamentos humanos, porque a juventude nos possibilita ensaiar o futuro no exercício do presente. Já me explico. Tudo o que você vive hoje será muito importante e determinante para a sua forma de ser amanhã.

Neste momento da vida, você tem a possibilidade de estabelecer vínculos muito diversificados. Família, amigos, grupos de objetivos diversos, namorados e namoradas. Principalmente esses últimos, que não são poucos. Namora-se muito nos dias de hoje, porque as relações humanas estão cada vez mais instáveis e, por isso, menos duradouras. Parece que o amor eterno está em crise.

Que o seu amor não seja único!

Quando paramos para pensar um pouco, chegamos à conclusão de que o problema está justamente na forma como estabelecemos os nossos relacionamentos.

O grande problema é que geralmente investimos todas as nossas cartas naquela pessoa nova que chegou. Ela passa a centralizar a nossa vida, consumindo nosso tempo, nossos afetos, nossos pensamentos e nossas energias. Tudo passa a convergir para ela e, com isso, vamos reduzindo o nosso círculo de relações. O outro vai tomando tanto nossa atenção que, aos poucos, até mesmo a família vai sendo esquecida.

Porém, quando esquecemos de cultivar estes vínculos que até então faziam parte de nós, vamos criando lacunas afetivas dentro do nosso coração. É nesse momento que a confusão acontece, pois todas as necessidades começam a ser preenchidas pela pessoa enamorada.

Com o passar do tempo, ela começa a carregar um fardo muito pesado, pois passou a exercer a função de pai, mãe, irmão e amigo, quando na verdade ela é apenas um namorado, ou namorada.

Cada forma de amor no seu lugar!

Essa relação começará ser muito pesada para ambos. Será fortemente marcada pela dependência, pelas cobranças e pelo ciúme. Ambos passam a viver uma insegurança muito grande, pois nunca sabem ao certo o papel que exercem na vida um do outro. O amor deixa de ser amor e passa a ser sentimento de posse, como se o outro fosse uma propriedade adquirida, pronta para atender todos nossos desejos.

Quando o coração humano identifica esse sentimento de posse, ele tende a se esconder de si mesmo e, conseqüentemente, dos outros. Teme que alguém venha quebrar o encanto, mostrando que não existe nenhuma história de amor e que ambos viraram sapos. E, o pior, acorrentados.

Mas a mudança é sempre possível. Só é preciso que sejamos honestos. Se por acaso você se identificou com esta possessiva e conturbada forma de amar, vale à pena buscar uma ajuda. Comece a canalizar melhor os seus afetos. Não os direcione a uma única pessoa. Tenha amigos, cultive-os. Redescubra sua casa, seus pais, seus irmãos, mesmo que existam problemas entre vocês.

Deixe aflorar os afetos que ficaram adormecidos dentro de você. Não coloque sobre a pessoa que você diz amar a responsabilidade de ser o centro do seu mundo, nem se sinta deixado de lado o dia em que ela disser que não vai lhe ver, porque precisa ficar com a família. É que existem momentos que o colo da mãe é muito mais necessário do que o seu.

É duro de ouvir isso? Pois é, muito mais duro é não compreender!

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Ninguém merece ser sozinho ...




Padre Fábio de Melo

Padre Fábio de Melo é professor no curso de teologia, cantor, compositor, escritor e apresentador do programa "Direção espiritual" na TV Canção Nova

ANGELICA GOUVEA
Enviado por ANGELICA GOUVEA em 03/04/2009
Reeditado em 03/04/2009
Código do texto: T1521392
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