E A VIDA SEGUE

N inércia de meus dias e na dependência em que vivia o tempo foi passando.

Foram quatro longos anos,sendo carregada por toda a parte.

Minhas pernas não me obedeciam..eram totalmente mortas.

Após a eliminação do risco de vida não houve mais nenhum interesse.

Eu passei a ser a menina aleijada da casa.

Mas mesmo assim,sempre amada por meu pai que fazia questão de levar-me por todos os lugares por onde andava.

Aos 4 anos de idade eu era considerada uma menina prodigia.

Acreditem...eu lia perfeitamente bem.

Era a época dos então armazéns ou vendas.

A vida de meu pai quando estava na cidade,era andar comigo pelos armazéns da cidade.

Eu lia tudo e para todos,o que causava espanto.

Eu não era normal.

Chegou na cidade um parquinho de diversões.

Ele estava instalado num grama enorme ,tipo campo de futebol ou algo assim.

Fui levada até la.

Meu então padrinho,que na época era uma pessoa influente na cidade,

me pedia insistentemente para ficar em pé,assim andaríamos nos carrinhos,aqueles que seguem em círculos.

Todos achavam que o não poder andar era falta de vontade minha.

Nenhum sabia que os 4 anos de total parada haviam atrofiado a musculatura do lado esquerdo,que havia sido atingido pela pólio.

Não entendiam que eu tinha um cérebro inteligente e pensante,mas que esse mesmo cérebro habitava num corpo que não reagia.

Não entendiam que esse corpo necessitava de estímulos para poder se desenvolver,para que voltasse tudo ao seu devido lugar.

Naquele tempo...ainda HAVERIA TEMPO.....

Mulher de Luz
Enviado por Mulher de Luz em 31/05/2009
Código do texto: T1624129
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