Serra
Serra que sempre me surpreende
ao te avistar vejo-te mulher
deitada sob o solo verde,
os braços esticados,lasciva
da tua tez suave.
Mas quem se atreve a subir suas curvas ingremes,
lá dos pontos tão altos,
logo te descobre em tua pele vermelha
és feita de puro ferro,
mostras então teus segredos, se revela
és dura, és rústica, és rica.
Os homens tentam te explorar,
mas parece que nem percebes
ou se deixa incomodar.
Eles passam sob seu dorso, caminhões enormes
que teimam pegar cada pouquinho de ti.
As explosões levantam o minerio a dezenas de metros
num trabalho incessante de perverso balé.
Acorda minha montanha, rebela logo o teu corpo,
os expulsa como se fosse um Guliver.
Doce ilusão.
Que tenham pena de ti, hematita,serra de Minas.