amo-te nas alturas

amo-te nas alturas bem junto ao chão

onde o pequeno é grande como a mesa

compacta, volumosa e estreita, pequena

pela febre de escrever muito junto á água

longe do rio onde nasce no deserto

impenetrável a alma certa , amar é dizer

o mar onde o amor é e se confunde

no desejo de avançar e parar

meu rosto rente á poeira na altura

todo o vento a transporta e eu fico

e ela volta, essa língua de argila

a doçura da casa, toco-a és tu

a porta abre-se no centro do teu

corpo, a polpa do verão na água

José Gil
Enviado por José Gil em 07/09/2006
Código do texto: T234681