Conforto
O amor dos homens se faz em bandos
E o meu em bancos
De praças
De carros
De cinemas.
É sentada que eu escrevo os dias
Mais que esperando em pé
Ou sonhando deitada.
E em ti encostada
Via que a esperança estava ao alcance
Agora vejo a cascata da minha chuva a levar
O barquinho de papel
No meio-fio
Sentada.
Aqui eu planejo um futuro
Que o acaso faz de um tudo
Pra não me deixar prever
O nada.
Que é o vazio do rio
Que soa no frio
Da calçada
Gelada.
Mais que ingênua,
Eu cansada.