Conforto

O amor dos homens se faz em bandos

E o meu em bancos

De praças

De carros

De cinemas.

É sentada que eu escrevo os dias

Mais que esperando em pé

Ou sonhando deitada.

E em ti encostada

Via que a esperança estava ao alcance

Agora vejo a cascata da minha chuva a levar

O barquinho de papel

No meio-fio

Sentada.

Aqui eu planejo um futuro

Que o acaso faz de um tudo

Pra não me deixar prever

O nada.

Que é o vazio do rio

Que soa no frio

Da calçada

Gelada.

Mais que ingênua,

Eu cansada.

Maria Clara Dunck
Enviado por Maria Clara Dunck em 12/09/2006
Código do texto: T238864
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