EXCLUÍDOS
Manoel Lúcio de Medeiros
E stamos sem terra, sem moradia, e nossos filhos sofrem, padecem,
X epa é o nosso alimento, quando sobeja dos centros, das feiras, dos lixões,
C omo é possível sobrevivermos diante de tão vil miséria? Deste infortúnio?
L ugares encharcados, lamacentos, inundados, são nossas habitações,
U topia é pensar em emprego, salário, casa, educação, saúde, segurança,
I sto que vivemos é uma vida irrealizável, irresolúvel, impraticável,
D entro de nós, lá no fundo, vive o opróbrio, a ignomínia, a frustração.
O nde está à sociedade que não olha para nós, ou somos jaburus itinerantes?
S omos excluídos dia após dia, sem amparo, sem socorro, sem misericórdia!
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