O CAMINHO PARA A FELICIDADE PASSA PELO AUTO-CONHECIMENTO

O ser humano, sendo dotado de um cérebro que o distingue de outros indivíduos,deve aprender a desenvolver métodos de auto-conhecimento.

Considerando a efemeridade de nossa existência, necessitamos nos conscientizar do que realmente é relevante, para tornar a vida prazerosa.

A felicidade, muitas vezes, está ao nosso alcance , embora não percebamos, daí simplesmente continuarmos a busca, de forma incessante.

Moldados em carne e osso, somos constituídos de uma estrutura frágil, sujeitos a doenças, afora os perigos que a vida está sempre a oferecer.

Invariavelmente, utilizamos apenas uma ínfima parcela de nossa inteligência, e um enorme potencial é desperdiçado, em prejuízo da razão.

Não precisamos forçar o raciocínio, para concluir que a injusta distribuição de renda, entre os humanos, é um desafio ao nosso bem estar.

Humilhados, desprezados, desassistidos, milhões de pessoas, nossos irmãos, padecem de fome e sede, enquanto promovemos o desperdício .

O homem, desobedecendo aos ensinamentos de seu Criador, finge ignorar esses fatos, embora sua consciência o condene, por essa omissão.

Para alcançar a plena felicidade, em princípio, é necessário que saibamos que os recursos que a natureza nos oferece devem ser divididos.

Afinal, se somos todos irmãos e um mesmo planeta nos foi destinado à moradia, tudo que dele é extraído e transformado, pertence a todos.

Respeitar este corolário básico, todavia, tem se constituído o cerne do problema, e todas as distorções originam-se em seu desconhecimento.

Após delimitado o campo de nosso raciocínio, passemos a questões menores, que dizem respeito ao próprio indivíduo, e suas inquietações.

A sociedade humana vive permanentemente atormentada por traumas, de origem desconhecida, manifestados em angustiantes pesadelos.

Faz-se necessário, portanto, que nos conscientizemos de nossa inocência na deflagração desse processo, que nos redimamos dessa culpa.

E, tanto quanto possível, esforcemo-nos para reduzir as abissais disparidades, para que possamos dormir tranqüilos, livres desses fardos.

Lembremo-nos que o simples fato de estar vivo já constitui uma dádiva, e, se somos capazes de pensar, gozamos de maravilhoso privilégio.

Infelizes são os milhões de seres que, em virtude de não ter acesso à cultura, são impossibilitados de expressar até o próprio pensamento.

Como podemos experimentar o prazer de saborear um prato de comida diário, já nos constituímos uma casta de privilegiados, na sociedade.

Infinitos são os benefícios com os quais somos distinguidos, se andamos vestidos, calçados, temos emprego e mesmo um lugar para dormir.

Devemos estar conscientes de que essas prendas já nos diferenciam de muitos de nossos semelhantes, embora tenhamos os mesmos direitos.

A grande injustiça reside na diferença entre iguais, na negação de suas regalias e, principalmente, no egoísmo de privá-los de também usufruir.

Diferenças precisam ser eliminadas, para que possamos gozar da plenitude dos bens que nos cabem, livres do tormento de pesados delitos.

Essas são algumas arestas que precisam ser aparadas, para que possamos empreender o difícil caminho em busca da tão almejada felicidade.

Pensando bem, felicidade é fazer parte de família unida, trocar carinhosos abraços com quem amamos, e, principalmente sentir-se querido.

A chegada dos filhos e, posteriormente, a alegria dos netos, revela-nos o verdadeiro sentido da vida, o significado do crescei e multiplica-vos.

Sem um verdadeiro objetivo, a vida torna-se um simples existir, constituindo-nos semelhantes às pedras, que também existem, sem dúvida.

Sentir o cheiro da terra, quando açoitada por uma chuva, e em seguida perceber o esplendor da natureza com a água, isso é deslumbrante.

A sublime satisfação experimentada com o nascimento de uma criança, transforma a dor da mãe na mais sublime e justificada felicidade.

Precisamos, entretanto, penetrar em nosso âmago e abrir a mente, para poder perceber quão importante, valiosa e radiante é a nossa vida .

E então, como somos dotados de sensibilidade, perceberemos que, durante essa breve passagem, devemos redirecionar nossa caminhada.

Logo chegará o fim da jornada, isso todos sabemos, portanto, esforcemo-nos para que tenhamos uma vida plena de alegrias e realizações .

O homem, impotente para prolongar o tempo que dispõe para viver, deve envidar esforços para buscar a felicidade, e reparti-la com os demais.

A satisfação deve ser sempre procurada, e a natureza, pródiga em encantamentos, oferece variados espetáculos, para nosso completo deleite.

Urge pois que abstraiamos os problemas que nos afligem, para poder gozar, em sua plenitude, os graciosos prazeres que nos são oferecidos.

Testemunhar a beleza do por do sol, ver um cajueiro totalmente florido, preparando-se para ofertar-nos um carga de doces e preciosos frutos.

Ouvir o monumental ribombar do trovão que precede o espetáculo de luzes proporcionado pelos relâmpagos, mostrando a força da natureza.

Como também a sedução de dormir em aconchegante cama, envolto em macios lençóis, em uma noite de sexta-feira de inclemente inverno.

O que dizer então do belo sorriso com que nos brinda uma linda criança, ao receber um simples chocolate que com amor lhe oferecemos.

Não poderemos ainda esquecer a enorme satisfação que teremos nas próximas eleições, quando varreremos do Congresso os sujos mensalistas.

Haja emoção para conter o sofrido coração, quando participamos da satisfação de reunir esposa, filhos e netos, nos ótimos finais de semana.

E pensar que tanta gente passa a vida buscando prazeres em lugares tão distantes, imaginando que, se tivessem dinheiro, tudo seria diferente.

Convém que percebamos que a vida humana é efêmera, e que, portanto, temos que aproveitá-la agora, com todos os recursos que dispomos.

Infelizmente, a Ciência ainda não nos oferece a cura de todos os males, se bem que grande parte deles tenha origem em nosso próprio interior.

Mas,considerando que somos seres inteligentes, façamos um exercício de auto-conhecimento, quando então perceberemos quão felizes somos.

E após, agradeçamos a Deus por poder usufruir de tanta alegria, e roguemos para que as riquezas sejam distribuídas de forma mais eqüitativa.

Não é possível almejar a felicidade, sem se compadecer diante da miséria extrema que nos rodeia, a dramática situação de nossos semelhantes.

Temos que nos envolver num processo global de mudanças, que passa necessariamente pela consciência de cada indivíduo, para efetivar-se.

O texto bíblico que nos ocorre é extraído do Sermão da Montanha: alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus ...

João Augusto Maia Gaspar

Em 06.04.2006

jaugustogaspar
Enviado por jaugustogaspar em 23/07/2011
Código do texto: T3114483