AMOR, INSÓLITO AMOR
Amava um amor insólito, desses que não existem
mas que se supõe real. Amava um amor sorrateiro
oriundo de sentimentos dissimulados, frios, calculados
recalcitrava ante a mácula das traições de persona non grata. Um
indelével sentimento de culpa aproximara-a aos pés da cruz
numa louca tentativa de redenção, os erros cometidos tornaram-se
sombra no viver. Os dias alternavam-se entre as memórias dos
ótimos dias vividos – sofismável felicidade de um suposto amor – e as
lembranças tristes da tamanha desilusão. As marcas que ficaram são
idênticas as que um dia impôs. O presente sempre será o reflexo de
todo um passado, a fé não é carta de alforria. “De que se queixa, pois
o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados”.
A vida é uma roda viva , a lei do retorno algo real
medíocres sentimentos nos tornam pequenos
os amores de conveniências dão frutos amargos, transformando a vida
real em tristezas, lágrimas, arrependimentos e solidão...