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Meus olhos, coitados, andam pesados e tortuosos demais...

Amam silente tela fria onde o corpo dela, quase desnudo,

Rasga a janela, provoca a gravidade e macula minh’alma.

Ingrata fêmea, ríspida mulher que foge antes do toque.

Ah se a volúpia do desejo, apesar do medo que me aflige, voasse!

Negro olhar, negrume do que de mim se esconde, tenho pressa.

A sutileza do pedido, voraz e incontido clamor, não me acalma.

Meu corpo é templo – dele, pode brotar tudo: a paz, o caos supremo!

Osculando e auscultando nossos corações, dois em cada corpo,

Tangentes pelo ato que o ato do amor pode e sempre provoca, nossa!

A pólvora que me povoa se faz infinda, reiterando minhas visitas, moça.

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 11/03/2012
Reeditado em 25/06/2012
Código do texto: T3548924
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