Aproveitando a onda

100 milhões de celulares. Ok, vocês devem estar cansados de ouvir sobre isso nos noticiários, então vamos direto ao que interessa. Eu odeio celulares. Sério, eu sei que eles são ótimos praquilo e praquilo outro e bla, bla, bla. Mas é uma merda completa para alguém relativamente distraído como eu. Você está na sala de aula, o celular toca. Cinema, o celular toca. Você está em um motel às 4 da manhã com aquela gata, e a porra do celular toca!

Isso quando a bateria não acaba quando você mais precisa dele. Ai pode dar adeus para aquele esquema que você estava montando para o final de semana, isso se não for a ligação do seu chefe que pode te custar o emprego. Tudo porque, diabos, esqueci de carregar o maldito celular quando tive chance.

Mas o que irrita mesmo são os malditos “toques” que as garotas adoram dar. Diabos!!! Será que essas minas não se tocam que podem estar incomodando? Quero dizer, eu não estou namorando com elas, não estou ficando com elas, merda, não estou nem mesmo comendo elas! E mesmo assim tenho que aguentar elas atrapalhando a minha vida? Vão tudo pro inferno, é o que eu digo!

Comprei meu celular com quatorze anos, parti o desgraçado em mil pedaços na parede antes de completar dezesseis. Minha vida se tornou muito mais tranquila depois daquele dia. Acho que foi a melhor coisa que eu fiz em todo aquele ano. Quer falar comigo? Manda um e-mail, liga pra minha casa ou para o meu trabalho. Não pode esperar? Te vira, um estudante não tem compromissos realmente sérios que justifiquem sacrificar sua paz de espírito.

Só fui ter outro celular recentemente, há uns quatro meses, às vias de completar dezenove. E isso porque eu tive de comprar. Precisava dele para que meus clientes do negócio de assistência técnica pudessem me ligar. Mas dessa vez aprendi a lição, há apenas oito pessoas que tem meu número: meus pais, meus dois irmãos, meu melhor amigo, minha namorada e minha futura namorada, além de um antigo professor do curso de programação para quem eu estou trabalhando à encomenda. O que interessa é isto, o resto é encheção de lingüiça.

Nume, que estava com isso entalado na garganta já faz uns anos.

Nume
Enviado por Nume em 31/01/2007
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